Quatro gatos posam para a sessão de fotos. Quer dizer, mais ou menos. Os bichanos da parte de baixo são super profissionais. Lançam olhar de raio laser. Sorriem enquanto sensualizam com as patas. Já os colegas da metade superior obedecem a lei do mínimo esforço e se limitam a ser felinos.
Refletindo parcela significativa dos japoneses da época, Kuniyoshi adorava gatos. Seu ateliê era apinhado deles, e a afeição acabou por expandir para sua obra. O artista descobriu curiosas formas de representar os bichos, como na série Gatos homófonos, em que aproveita a capacidade de alongamento dos felinos, desafiadora das leis da física, para soletrar em silabário kana 仮字 os nomes de diferentes peixes e moluscos: peixe-gato namazu, baiacu fugu, enguia unagi, polvo tako e bonito katsuo.
Imagem: Tatoe zukushi no uchi (ue) たとえ尽の内 (上) (1852)
Artista: Utagawa Kuniyoshi 歌川国芳 (1798-1861)
Imagens: Namazu なまず, Fugu ふぐ, Unagi うなぎ, Tako たこ, Katsuo かつお
Série: Neko no ateji 猫の當字 (c. 1842)
Artista: Utagawa Kuniyoshi 歌川国芳 (1798-1861)
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