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O casamento dos ratos

Atualizado: 15 de out.


CONTOS DE FADAS JAPONESES — O CASAMENTO DOS RATOS

tradução para o inglês de David Thompson


E eis que havia um rato albino chamado Tawara Kanemochi, fiel serviçal do deus da fortuna, Daikoku. Tanto Kanemochi como sua esposa, Onaga, eram roedores que prezavam pela discrição. Nunca, dia ou noite, aventuravam-se nos aposentos ou na cozinha. E assim viviam tranquilos, livres do perigo de se depararem com um gato.

O único filho do casal, Fukutaro, herdou o temperamento gentil. Tão logo atingiu idade casadoura, os pais se aposentaram e cuidaram dos preparativos. Transferiram propriedades para o seu nome e buscaram uma pretendente. Quis o destino que um dos parentes, de nome Chudayu, possuísse uma filha adorável, Hatsuka. Assim, um intermediário foi contratado para negociar os detalhes matrimoniais. Na etapa em que os pretendentes deveriam se conhecer, nenhuma das partes apresentou objeções. Então, houve a tradicional troca de presentes.

Foi escolhido um dia fortuito para a realização da cerimônia. A família de Hatsuka cuidava da sua mudança para o novo lar — confeccionaram um novo guarda-roupa e adquiriram toda sorte de itens essenciais, por exemplo. Chudayu estava bastante atarefado. Hatsuka, por sua vez, teve os dentes escurecidos, símbolo de que jamais contrairia segundas núpcias, e recebeu valiosas recomendações: sempre obedecer ao marido, submeter-se ao sogro e amar a sogra. Simples assim.

Da parte de Kanemochi, a residência foi limpa de cabo a rabo. A cerimônia e o banquete, organizados. E parentes e amigos, respectivamente convidados. Por fim, despachou criados para encontrar a noiva na metade do trajeto, de modo a avisá-lo de antemão sobre sua chegada e, portanto, evitar contratempos.

Em pouco, o palanquim da noiva despontou no horizonte, as caixas com a mudança na dianteira e, atrás, uma longa linha de serviçais. Kanemochi a recepcionou no portão, conduzindo Hatsuka à sala de estar. Ao comando do casamenteiro, noivo e noiva confirmaram os votos sagrados e beberam alternadamente três goles de saquê de três taças distintas. Findos os rituais, parentes e amigos compartilharam bebidas com a recém-casada, de modo a desejar boa sorte na nova jornada.

Em seguida, Hatsuka, Fukutaro, Kanemochi e Onaga visitaram os pais da noiva. O encontro proporcionou alegria tremenda, celebrada com uma lauta refeição, música e dança.

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