Em contraste com a subida lenta e exaustiva, uma provação para os joelhos, a descida rápida e ritmada era feita escorregando em zigue-zague através da suave areia vulcânica acumulada em locais específicos da encosta, uma forma emocionante de se atingir o sopé da montanha sagrada e autorizada na trilha Yoshida 吉田ルート até 14 de agosto de 1980, quando quinze alpinistas morreram vítimas de um deslizamento.
Como parte da indumentária, os sectários da Fujiko — crentes de ser o monte, mais que morada de deuses, uma divindade em si, personificação do espírito mais profundo da natureza — vestiam chapéus com ideogramas homófonos a Fuji: 不二 no lugar da grafia oficial 富士. Fu 不 cumpriria a função de prefixo de negação, enquanto ji 二 seria uma das leituras possíveis para o numeral dois. Assim escrito, Fuji traria o sentido de “não existir dois”, ou seja, inigualável.
Título: Suberi 辷り
Série: Fugaku hyakkei 富嶽百景 (1834)
Artista: Katsushika Hokusai 葛飾北斎 (1760-1849)
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